sábado, 20 de novembro de 2010

Meu querido Orkut...

‘Meu querido Orkut, hoje eu acordei tão feliz e por isso tirei várias fotos no espelho e estou colocando no álbum para que todos vejam...’
‘Meu querido Orkut, hoje eu acordei um pouco down e por isso tirei algumas fotos de perfil triste e coloquei no Orkut.’
‘Meu Querido Orkut, a festa de ontem foi muito boa, como a da semana passada, e por isso também tirei várias fotos e coloquei no meu álbum de festas.’
- O QUE ACONTECE COM AS PESSOAS???
Pra quem não entendeu nada, eu estou me referindo àquelas pessoas que tratam o Orkut como um diário pessoal, e todos os dias mudam o seu perfil, a foto do perfil, as fotos do Orkut, incluem 10, 15 fotos no álbum, onde entre elas pelo menos 50% estão com a mesma roupa, na mesma ocasião, apenas fazendo poses diferentes. Por favor, alguém diz pra essas pessoas que elas NÃO SÃO Madonna, Lady gaga, Ivete Sangalo ou qualquer celebridade que a gente acompanha no jornal, nas revistas e na internet. Ninguem está interessado em saber o que elas fizeram na sexta passada, no sábado passado, ou que elas estiveram presente em tais festas, ou até das poses em frente ao espelho que elas são capazes de fazer.
O que eu tenho contra fotos?? Nada! Adoro tirar fotos, adoro fotografar. Adoro registrar os momentos que eu me divirto sozinha ou com  meus amigos. Eu só acho que meus 300 amigos do Orkut não precisam saber com detalhes tudo o que eu faço, tudo o que eu penso, todos que eu conheço e todos os lugares que eu vou.
Eu não sei porque determinadas pessoas têm a necessidade de mostrar para outrem tudo aquilo que elas fazem, as roupas de marcas que ela possuem, o carro que elas compraram, os cachorros que criam, as pessoas que elas ficam nas festas, os acessórios que elas usam, as festas que elas vão, enfim... TUDO o que essas pessoas fazem estão explicitas no Orkut. O Orkut é um site de relacionamentos, criado para que a gente mantenha contato com aquelas pessoas que a gente conhece, amigos, famílias, conhecidos, e até encontrar aquela pessoa que a gente não vê há anos e manter uma relação a distancia. Foi realmente a melhor coisa que fizeram. Mas você não precisa fazer do Orkut um diário não. As melhores celebridades não possuem Orkut justamente porque não querem ver as suas vidas expostas num site onde qualquer pessoa pode ver, pode zombar de sua cara, pode copiar as suas fotos, fazer montagens e curtir com a sua  cara. Se essas celebridades não escancaram a sua vida no Orkut, porque logo você precisa fazer isso?!
- VAMOS PARAR QUE ESTÁ FEIO??!
É claro que existem alguns momentos marcantes que a gente gosta de registrar e mostrar àquelas pessoas que gostamos. Mas isso não quer dizer que a gente tenha que ter um álbum cada um com 50 fotos titulados de ‘Natal 2009’, ‘Reveillon 2009’, ‘São joao 2010’, ‘Aniversario da minha mãe’, ‘Aniversario da vizinha’, ‘Inauguração do boteco do Seu Zé’, ‘Parto da minha cachorra’, etc. etc. etc.
Desculpem-me de coração essas pessoas. Até pessoas muito próximas a mim fazem isso; as vezes eu acho engraçado, as vezes eu pergunto o que elas estão esperando, as vezes não tem graça nenhuma. Antes de vocês chamaram o Orkut de querido, e trata-lo como um diário pessoal, saiba que a sua vida de sub-celebridade não é tão importante que os seus amigos do Orkut ficam a cada dia esperando por noticias suas através de perfis, frases e álbuns. Na verdade eles pensam que você é frustada, não tem ninguém, está a procura de alguém, que usa o site de relacionamento pra chamar atenção. Se você não é esse tipo de pessoa, e ainda assim o seu perfil é tão grande que a gente cansa de ler, você troca a sua foto toda semana, e têm quase ou mais de mil fotos no orkut, corra! Faça o seu login, crie um resumo de quem você é (eu disse resumo, não um livro!), apague pelo menos umas 500 fotos no orkut (incluindo aquele cronograma de fotos de quando você nasceu, de todos os seus aniversários até hoje, porque ninguem quer ver como você cresceu, engordou e está mais bonita) e escolha uma foto bonita para o seu perfil que pode ficar lá por pelo menos uns três meses, sem que você tenha que mostrar toda semana a ruga que cresceu de preocupação por não saber quantos dos seus amigos visitaram o seu orkut e não comentaram nas 20 fotos que você incluiu essa semana.
Desculpa pra quem se ofendeu, mas é o que eu penso sobre isso.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Decepção mata sim!

Quem foi que disse que decepção não mata e ensina a viver? Com certeza essa pessoa nunca decepcionou ninguém, ou nunca sofreu várias decepções. Decepção para muitos é só a descoberta de uma mentira que se fez passar por muito tempo verdade. Ou uma verdade que se acreditou ser mentira. Mas não é nada disso. Decepção é quando você entrega seu corpo e sua alma para alguém que não dá valor e não corresponde à sua altura. Decepção é quando você diz ‘eu te amo’ sem perceber que está fazendo uma promessa ao coração de outrem, e não cumpre com honra essa promessa. Decepção é quando seu coração se despedaça em mil partes e você senta no chão tentando encontrar os pedaços perdidos entre às magoas e as infelicidades.  Decepção é quando você quer trancar-se num quarto escuro e espera não ver ninguém até que a sua vida termine pra que não tenha de encarar as pessoas. Decepção é quando você sofre cada vez que sai de casa, pois parece que tem escrito um ‘idiota’ bem grande na sua testa e todos vão saber que você acreditou na pessoa errada. Decepção é quando você tenta respirar normalmente, mas forma-se um nó na sua garganta que bloqueia a sua traqueia e te deixa sem voz, sem ar, sem respirar. Me digam como isso ensina a viver?
Ensinar a viver significa que você deve ser alguém fechado, não confiar mais nas pessoas nem nos seus relacionamentos pois aquela pessoa que te diz tanto amar pode ser aquela que vai te ferir ferozmente e te provocar uma ferida que jamais cicatrizar? Se isso for ensinar a viver, desculpa, mas eu prefiro morrer.
E sim. Decepção mata sim! Cada decepção que sofre você mata um pouco do seu sentimento, destrói um pouco os seus sonhos, os seus planos.  Mata a sua expectativa, o seu discernimento, a sua paixão por determinada coisa. Cada vez que você decepciona alguém, você destrói uma parte do que aquela pessoa poderia ter sido se as suas mentiras e traições não a tivessem ferido profundamente a ponto de essa pessoa querer deixar de viver (...)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Ele chegou sorrateiro, como quem não quer nada. Observou o horizonte e a aurora, tentando nomear o som e as cores que o sol manifestava através daquelas aguas tão longe. Quis fechar os olhos para pensar, mas a beleza natural era muito grande para ser desperdiçada com seus pensamentos tão pessimistas. Não estava alegre, nem triste. Um misto de inseguranças e ausências se fazia presente, como todos os últimos dias de sua vida. Ao findar de cada dia era um alivio, mais um dia se passara e ele sobrevivera. Mas ao imaginar que após este dia viria outro igual, era um martírio. Precisava de um motivo, uma razão. Buscava um sentido, dar luz à escuridão. As suas perguntas nunca tinham respostas, e vivia angustiado, preenchendo os seus dias de solidão e lamentos. Mirava o horizonte daquele penhasco, ouvia o som do mar como uma melodia que invadia os seus sentidos. Procurava naquele vazio tudo o que precisava pra continuar a ter esperanças. E encontrou... Seus olhos a avistaram nas aguas, subindo e descendo no mesmo ritmo das ondas. O movimento de seus membros superiores e inferiores respondiam que ela ainda estava viva. Seus olhos desesperados acompanhavam o seu corpo num vai-e-vem contra as pedras de maneira brutal e descontrolada. Quis pular e ir ao seu encontro, dar socorro a uma voz que fora silenciada brutalmente pelas aguas límpidas daquele mar... Mas dentro de si ele sabia que seria em vão, era tarde demais. Não conseguiria salva-la nem a si mesmo. Duas vidas perdidas, e ele começou a pensar sobre quais motivos a fizeram estar ali. Em poucos segundos se apaixonou por ela. Uma mulher que não sabia a idade, a beleza, a personalidade; mas invejava a sua coragem e respeitava a sua vergonha. Queria conhece-la, saber o seu nome. Queria leva-la para jantar, presenteá-la com as mais lindas rosas que havia cultivado em seu jardim. Queria saber os seus problemas, as suas tristezas. Queria segurar a sua mão, e convida-la para dançar no palco de uma vida sofrida que insistia em colocar obstáculos para derruba-los. Mas todos os seus desejos foram silenciados quando viu o seu corpo desistir, afundando nas aguas e o deixando sozinho, com seus planos e pensamentos. Enxugou as suas lagrimas, suspirou e disse em voz alta: “Não se preocupe meu amor, a sua vida não foi em vão, pois acabou de salvar a minha.” (...)
"Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores                              
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores                               
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores       
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho                                 
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho       
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho                              

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim"

(Vander lee)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Ultima Lembrança

               A agua começou a entrar pela sua boca, mas a sensação era que inundava por todos os seus poros. Tinha um gosto salgado, que provocava ardência na sua garganta; mas não podia deixar de comparar com as lágrimas que foram derramadas durante toda a sua vida. O mar era o seu lamento, o seu choro, seu refúgio e seu destino, sabia disso deste o começo, e até o final. As suas roupas pesavam, a sua favorita calça jeans colava no seu corpo e a puxava lentamente para baixo, fazendo-a afundar. Ainda estava consciente... ‘- Mas que tolice a minha achar que isso seria rápido e fácil.’ – Pensou. E quando descobriu que ainda conseguias pensar fez com que todas as suas recordações agora passaste na sua mente em câmera lenta, para que ela escolhesse a melhor lembrança e se apegasse bravamente, na ânsia de jamais esquecer... Mas já não tinha tempo pra isso.  Já não tinha tempo pra mais nada, apenas para um apagar de luzes do seu quarto, uma coberta que se encaixava perfeitamente no seu corpo frio, um beijo singelo na testa e um sussurro de ‘boa noite’ ao seu ouvido. Era a lembrança ideal...

"Going Under - Evanescence

Now I will tell you what I've done for you
Fifty thousand tears I've cried
Screaming deceiving and bleeding for you
And you still won't hear me
I'm going under
Don't want your hand this time I'll save myself
Maybe I'll wake up for once (wake up for once)
Not tormented daily defeated by you
Just when I thought I'd reached the bottom
I'm dying again
I'm going under
Drowning in you
I'm falling forever
I've got to break through
I'm going under"





sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Coragem ou covardia?

O choque entre o seu corpo quente e a agua gélida era pior do que imaginavas. Os primeiros milissegundos ela só conseguia pensar que era melhor relaxar, e aceitar o destino que rapidamente traçaste para si. Mas o som encantador das ondas que rebatiam sobre as pedras transformou-se dolorosamente no estrondo nos seus músculos, ossos, e sentimentos, que eram jogados brutalmente e repetidamente sobre aquelas mesmas pedras que de longe a encantaram. E foi então que o tempo parou. Respirar era tão difícil que almejaste este momento durante muito tempo, planejando em sua mente delicadamente, detalhadamente.  Mas ali, a ânsia pelo ar entrando por seus brônquios era tão imensa que esqueceste os momentos que a fizera tomar aquela decisão. Seu corpo cansado, sua mente vazia, já não correspondia ao desejo abrupto de sobreviver àquela situação. Mas não tinha mais volta. Há decisões que tomamos na vida que acarretam consequências irreparáveis e sabias que aquela era uma dessas. A sua ultima decisão... Agora a coragem se confundia com a covardia e já não sabias se era melhor lutar, ou desistir, sendo que fisiologicamente os mecanismos seriam os mesmos...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O penhasco.

Encostou-se na ponta, debruçou-se e sentiu o vento em seus cabelos; um calafrio que começava na lombar e se estendia até a ponta dos seus dedos... Fechou os olhos e se preencheu de silencio. A areia enroscada na ponta dos seus pés lhe dava a sensação de liberdade que outrora nunca tivera. Os pensamentos voavam ao longe, atingindo aquele horizonte que os seus olhos em lágrimas avistavam... Sentia o cheiro do mar, ouvia o barulho das ondas ir de encontro às pedras, um som extremamente convidativo. Recordou-se como em um filme os momentos que tivera, as lembranças que guardara, as dores que hoje já não sentia mais. E foi nesse instante que teve a certeza: abriu os olhos pela ultima vez, deixando que a luz atingisse o íntimo de suas mais profundas celulas, e enfim saltou. Um novo começo a partir do seu fim (...)"

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mentiras

Existem pessoas que tem o poder de mentir. Cada um nasce com um dom, um talento, uma predisposição a ser bom em determinada coisa. Mas existem pessoas que tem o dom de mentir. Claro que tem aqueles que não sabem como agir, não sabem aonde enfiam as mãos, pra onde olhar e até gaguejam... Mas existem umas pessoas que mentem tão bem que até elas acreditam na sua própria mentira. A mentira contada inúmeras vezes vira uma convicção -  já dizia Nietzsche; e as convicções são bem mais perigosas do que a verdade. A mentira faz parte do homem; não existe aquele que não precisou mentir num determinado momento, num determinado lugar, com uma pessoa determinada. Mas são essas as chamadas mentiras inocentes, que não afetam ninguém a sua volta, nem a você.
Mas existem mentiras contadas por umas pessoas que influenciam diretamente na vida daqueles que a rodeiam, pois fazem as pessoas acreditarem cegamente que conhecem aquele ser, e as vezes até põem a mão no fogo por ele. Não existe nada pior do que você perceber que estava errada sobre o seu conceito em relação a alguém...  isso é o que chamamos de decepção.  Então, antes que você comece a contar uma mentira, e depois ter que formular dezenas outras para sustenta-la, pense no constrangimento e na decepção que você fará às pessoas que estão a sua volta, e que confiam tanto naquilo que você diz.
“Mentir? Que nada, o problema não é a mentira. O problema é descobrir a verdade.”